O QUE É HALITOSE?


O termo halitose deriva do latim. A palavra halitos significa “ar expirado” e o sufixo osis traduz uma alteração patológica. A halitose consiste numa condição anormal do hálito, no qual este se altera de forma desagradável quer para o paciente quer para as pessoas com as quais se relaciona. A halitose não é necessariamente uma doença mas um sinal indicativo de desequilíbrio fisiopatológico.

O tratamento da halitose contribui para a prevenção de problemas da cavidade oral (cárie, doença periodontal, hipossalivação) bem como de doenças sistêmicas (pneumonias, gastrite, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, nascimento de prematuros).
Os odores bucais tornam-se, inclusivamente, de suma importância na suspeita e no diagnóstico de algumas doenças sistêmicas, para as quais o odor é característico. Nestas situações, o diagnóstico e o tratamento da doença sistêmica causal cursam com a eliminação da halitose.
Howe descreveu que “o mau hálito tem a sua importância pelo fato de que é uma constante fonte de miséria para os seus portadores; por força das circunstâncias, eles costumam sentir-se azarados”. Na sua forma mais acentuada, a halitose interfere negativamente no relacionamento interpessoal. A harmonia familiar pode ser quebrada pela sensação de repugnância que gera mesmo nas pessoas mais tolerantes. Além disso, nem sempre o paciente se apercebe da sua patologia. Infelizmente, os amigos e parentes não têm, muitas vezes, coragem de revelar a razão do isolamento dos portadores de halitose severa.
O odor é produzido por pequenas partículas dispersas no ar capazes de imprimir a sensação olfativa nas células receptoras da cavidade nasal. Estas partículas são conhecidas como odorivetores. Possuem composição e estrutura físico-química variáveis, e apresentam duas propriedades importantes: volatilidade e solubilidade em gorduras. A volatilidade traduz a possibilidade de dispersão no ar, enquanto a solubilidade em gorduras deve-se à alta percentagem de gorduras nas membranas das células receptoras.

 

Três tipos de odorivetores podem provocar halitose:
• Compostos sulfurados voláteis. Existem em grande quantidade nos casos de doença periodontal e saburra lingual (ex: sulfidreto SH 2 , metilmercaptana CH 3 SH e dimetilsulfeto CH 3 -S-CH 3 ).
• Compostos orgânicos voláteis originados da putrefação da matéria orgânica (ex: indol, escatol, putrescina, cadaverina, metano).
• Compostos orgânicos voláteis de origem metabólica ou sistêmica oriundos da circulação sanguínea (originados do próprio metabolismo), com proveniência de alimentos ingeridos ou medicamentos utilizados (ex: ácido beta-hidroxidobutírico, acetona).
Através do uso do cromatógrafo gasoso Oralchroma® é possível diagnosticar a halitose, quantificar a maior parte dos compostos acima descritos e, deste modo, estabelecer uma relação causal.